segunda-feira, 14 de março de 2011

A ama da menina

Menina do laço de fita,
Aonde tu vais morar?
Tú ainda lembras da Chica?
Ela não sabe que tú andas por cá!
Visita aquela bendita
Que te conhece e sabe amar!
Outrora esteve doente
Mas já está boa para andar,
Tem gente que não acredita,
Mas a velha tem jeito para conquistar.
Diariamente pergunta por ti menina,
E diz que como um nó a saudade vem à apertar!
Vai à casa da velha Chica
Que deseja te abraçar,
Ela disse que tú gostas de fita
E já comprou fita para danar.
Já fez seus oitenta
E de tú, guria, nunca esqueceu,
Falo de tú para ela
E digo que não mandaste adeus. (...)
Chica ta de bom tamanho
Já até casou
Queria que fosse a dama para entrar
No casamento dela com o doutor,
Perdeu-se em te procurar
E não te encontrou.
Sei que ficaste assim depois que tú cresceste
Foi embora para longe
E o mundo te perdeu
Por favor, vê se visita a Chica
E aceita as fitas
Que ela te deu...
Mas olha,
Chica sabe contar proza;
Amontoa aquele mundaréu de gente
Pra ouvir aquela senhora
Que mesmo sem dentes
Conta tanta história.
Outro dia ela falava de uma menina
Que gostava de usar laços de fita
Que era tão engraçadinha
E parecia uma boneca,
Só não gostava de bolo-de-chuva
Essa menina sapeca.
Ficava o dia inteiro na casa da Chica
E a chamava de Minha Moleca.
Agora a saudade explora
Chica ouve todo dia
A voz da menina casa à fora
Conversa com ela sozinha
E diz que a menina ainda não foi embora.
E sabes que é tú né menina?
Chica tem bom tempo
Que escreveu pra ti
Com esse pensamento
Agora foi embora
Para tão distante da Terra
Mas as fitas não jogou fora
E saiba menina que esse amor de mãe
Só a Chica teve por ti em todas as horas!
Ruth, Keren Lobeu. 2010

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